Desde a dissolução do The White Stripes, há seis anos, Jack White tem buscado incorporar sua própria identidade em sua música. Seu último álbum solo, “Lazaretto” (2014), foi uma jornada notável com fortes influências de blues e country rock. Ontem, ele retornou aos holofotes não com um, mas dois novos singles: “Connected by Love” e “Respect Commander”. Ambas as faixas farão parte de seu terceiro álbum solo, “Boarding House Reach”, previsto para março de 2019. Como grande admirador de seu trabalho, confesso que fiquei um pouco decepcionado com “Connected by Love”. “Estamos conectados pelo amor”, ele canta no refrão. Mas o que isso realmente significa? Aparentemente, nada. O refrão soa apagado e sem sentido, não capturando a essência emocionante de suas melhores músicas. Os principais pilares de Jack White estão ausentes tanto na composição quanto na produção de “Connected by Love”. A faixa começa com um sintetizador ondulado, pesado e misterioso, e sua base eletrônica é uma escolha um tanto inesperada para o músico.
Embora essa experimentação seja surpreendente, sabemos que Jack White é um artista que sempre se destacou por explorar diferentes gêneros musicais. Felizmente, seus vocais continuam dramáticos e expressivos, características que marcaram sua carreira. Apesar da falta de inspiração em sua composição, o refrão – que inclui o uso de órgão, piano e sintetizador – tenta soar épico. O segundo refrão, por sua vez, é mais espiritual, com vocais de apoio tingidos de gospel. Um dos principais problemas de “Connected by Love” é a indecisão de Jack White. Ele parece se questionar se deveria criar uma música melodiosa e suave ou uma mais angustiada e distante. Embora não seja uma faixa ruim, ela deixa muito a desejar. “Respect Commander”, por outro lado, começa com uma introdução instrumental pesada, com tambores fortes, sintetizadores e guitarra elétrica. O baixo entra na segunda parte da música, enquanto a produção áspera sustenta os vocais. Embora seja uma b-side intrigante, “Respect Commander” carece de inovação e impacto. Suas ideias estão enraizadas no passado e mal desenvolvidas para criar algo novo. Infelizmente, Jack White parece estar se tornando um fabulista do blues, mais preocupado em alimentar seu próprio ego como artista revolucionário do que em explorar novos territórios musicais.