Duas semanas após lançar “Filthy” como primeiro single de seu próximo álbum, Justin Timberlake divulgou “Supplies”. Desta vez, a produção soa mais moderna e refinada, incorporando sintetizadores e influências do hip hop. No entanto, é mais um single que não conseguiu convencer. O refrão é repetitivo, desprovido de significado ou profundidade – uma faixa de R&B sonoramente irritante. Falta impacto e qualquer elemento que realmente chame atenção. Por trás do processo criativo estão o próprio Justin Timberlake e o duo The Neptunes (Pharrell Williams e Chad Hugo). Melodicamente, “Supplies” é superior a “Filthy”, mas a produção soa artificial. Dito isso, a música se resume a uma bagunça sonora confusa e sem propósito. Além disso, o ritmo de trap, onipresente na indústria atual, apenas a torna menos orgânica. É uma faixa simplesmente ruim, que não desperta vontade de ouvir novamente.
Liricamente, a situação piora. Timberlake se apresenta como um salvador pós-apocalíptico, comparando-se a elementos essenciais para a sobrevivência, como madeira e eletricidade: “Porque eu serei a luz quando você não conseguir ver / Eu serei a lenha quando precisar de calor / Eu serei o gerador, me ligue quando precisar de eletricidade.” Ele segue com versos ainda mais questionáveis: “Alguma coisa está desmoronando / E eu serei o que está com a cabeça no lugar / O mundo poderia acabar agora / Querida, nós viveremos no cenário de The Walking Dead.” É difícil acreditar que Justin Timberlake teve coragem de cantar algo tão risível. Ele basicamente tenta convencer sua mulher de que é um tipo de salvador da humanidade. E, ao assistir ao clipe, tudo se torna ainda pior. Nele, Timberlake vê o mundo em chamas através de diversas telas. Em seguida, somos levados a uma sucessão de cenas bizarras, incluindo jacarés pintados de branco, perseguições de carros, motins, imagens de ficção científica e um cenário pós-apocalíptico – ridículo, na melhor das hipóteses. A abordagem de “Supplies” foge completamente de seu estilo clássico. Obviamente, eu não esperava que ele retornasse com algo nos moldes de “Cry Me a River” ou “My Love”, mas imaginava que, no mínimo, entregaria algo melhor do que isso.