Certamente, Drake está no auge de sua carreira, e não é à toa que “God’s Plan” ocupa o primeiro lugar no chart global do Spotify. Embora compartilhe a mesma veia de “Hotline Bling”, é um lembrete necessário de que ele ainda consegue criar rap comercial de qualidade. Drake se tornou ainda mais popular com hits como “Hotline Bling”, “One Dance” e “Passionfruit”, mas nunca abandonou suas raízes no rap. Produzida por Cardo, Boi-1da e 40, “God’s Plan” é um hino viciante e poderoso. A música começa com sintetizadores enigmáticos, enquanto Drake murmura na introdução. Liricamente, a canção fala sobre lutar para conquistar a vida e ignorar os haters ao longo do caminho. “Eu só amo minha cama e minha mãe, sinto muito”, ele canta em uma das linhas mais engraçadas da música.
A programação de tambor, que aparece na segunda metade do primeiro verso, complementa o canto e contrasta com o rap. O refrão, por sua vez, é um pouco mais pop do que o restante da faixa. Já a segunda parte traz uma abordagem mais agressiva. Embora o conteúdo lírico não seja inovador, o que realmente distingue “God’s Plan” de outras faixas é a maneira única com que Drake aborda o tema. Além disso, é impossível não se render às suas batidas incríveis. Se “God’s Plan” é uma prova das habilidades de Drake como rapper, “Diplomatic Immunity” é uma evidência ainda mais forte de seu talento. Novamente, ele caminha por um território familiar, mas sob uma batida lúdica e maravilhosamente melódica. Mesmo abordando os mesmos temas – como dinheiro, mulheres e fama – ele não soa desinteressante ou repetitivo.
Em “Diplomatic Immunity”, ele reflete sobre os privilégios que a fama lhe concedeu, ao mesmo tempo em que faz queixas carregadas de sarcasmo. “Imunidade diplomática, foda-se / Toda aquela paz e essa unidade / Toda essa merda fraca vai me arruinar”, ele resmunga nas primeiras linhas. A produção é impressionante, com uma maravilhosa seção de cordas em looping, batidas pesadas de tambor, metais sinistros e chocalhos. É uma música mais focada e orgânica do que “God’s Plan”. Embora ambas sejam bem-sucedidas à sua maneira, “Diplomatic Immunity” me cativou um pouco mais. “Eu tenho anéis multicoloridos como as olimpíadas, é claro / Em shows de prêmios, cortando a tensão, é claro / Meninas que me abraçam, perguntando-me: que talento é esse garoto?”, ele canta. Seja divertido ou inconveniente, não há como negar que músicas como essa proporcionam um drama cativante. Em comparação com “God’s Plan”, “Diplomatic Immunity” apresenta um tom mais consciente. Sem um refrão convencional, “Diplomatic Immunity” traz letras que realmente contam uma história. A produção é complementada por sintetizadores e tons melodramáticos. Embora não seja inovadora, é extremamente bem produzida e executada.