Em 2006, Damon McMahon fundou a banda Amen Dunes, com Delicate Steve na guitarra e Parker Kindred na bateria. Geralmente, suas músicas rejeitam estruturas convencionais, enquanto as letras são complexas e se assemelham a poesias. “Deve parar, meu pai / O amor veio sobre mim / Querido, se você quer guerra, então você tem guerra comigo”, ele canta em “Blue Rose”. Um hino sobre seu pai e a identidade masculina. O tamborim é cativante e se torna parte de algo que perdura – um pulso que permanece presente durante toda a música. Talvez, mais do que qualquer outra canção da banda, “Blue Rose” sirva como uma prova do talento de Damon McMahon como compositor. Em 4 minutos, ele é capaz de criar uma narrativa universal que, de alguma forma, soa inesperadamente enigmática.
Através de sintetizadores, guitarras e percussões de Chris Coady, McMahon descreve as forças externas que atuam em “Blue Rose”, abordando especificamente o relacionamento com o pai ausente. Mas, além do relacionamento familiar desgastado, a música toca em temas como desespero, esperança, sonhos e expectativas. Curiosamente, McMahon não chama atenção por causa de sua voz, mas as letras e sua entrega conseguem persuadir. Dito isso, Amen Dunes deixa sua voz à deriva entre as linhas de baixo propulsivas e a excelente percussão. “Eu sou a coisa mais ruim e mais chique da cidade”, ele diz, cheio de determinação. O poder dessa canção é simplesmente incrível. No final, McMahon ainda tem tempo para dizer: “Disse que você não era muito homem para mim / Mas você é o único que eu já tive”. É surpreendente como as letras de “Blue Rose” retratam sua fragilidade e vulnerabilidade na mesma medida.