Kacey Musgraves é uma artista que atrai atenção para além dos limites habituais da música country. E isso acontece, principalmente, porque ela sabe como mesclar perfeitamente o tradicional com o contemporâneo. Ela conseguiu trazer uma sensibilidade moderna ao country muitas vezes cafona. Depois de lançar dois álbuns notáveis, ela trouxe novamente sua simpatia para o novo single. Em “Space Cowboy”, o segundo aperitivo do seu próximo álbum de estúdio, Kacey Musgraves transmite uma grande carga de emoção no decorrer de 3 minutos e meio. Mais uma vez, ela traz o passado para o presente doloroso, mas não da maneira que você esperaria do título. Embora estejamos acostumados com um prefácio mais longo, ela fornece vocais lindamente expressivos. Sua clareza vocal é um ponto importantíssimo dos seus trabalhos.
Co-escrita por Shane McAnally e Luke Laird, “Space Cowboy” não apresenta um tema que você normalmente esperaria. Definitivamente, não é uma música sobre um cowboy indo para o espaço; ela possui uma complexidade emocional, além de ser vulnerável e confiante. Uma bela balada com forte domínio da melodia, acordes de piano e um bom jogo de palavras. “Eu conheço o meu lugar, e não é ao seu lado / O pôr do sol desaparece e o amor também / Sim, tivemos nosso dia no sol / Quando um cavalo quer correr, não faz sentido fechar o portão / Você pode ter seu espaço, cowboy”, ela canta no mágico refrão. Liricamente, os versos lembram um pouco a escrita da Taylor Swift antes de cruzar a fronteira entre Nashville e a música pop. Musgraves vira cada clichê de cabeça para baixo e o que resta é apenas mágoa. A pessoa para quem ela se dirige obviamente não é um astronauta e, provavelmente nem é um cowboy, apenas um cara tolo que não percebeu o quanto a magoou. Musicalmente, é uma balada country com um apelo mais amplo que, felizmente, não parece forçada ou estereotipada. Sua composição é enfeitada por um arranjo de banjo e pedal steel, e, enquanto inclina-se para o pop, não abandona o country completamente. Em última análise, “Space Cowboy” pode não ser necessariamente a canção mais emocionante do seu catálogo, mas é muito bem interpretada, produzida e escrita.