Na última faixa do novo álbum do Pusha-T, ele reinicia sua longa rivalidade com Drake. “Infrared” é uma peça infame que revive acusações de ghostwriter que Meek Mill uma vez cobrou do rapper de Toronto. As batidas exalam sutileza, em um momento de pura extravagância das letras. “A escrita lírica é igual a dos vendedores do Trump / Foi escrito como Nas, mas veio de Quentin”, essas linhas colocam os holofotes de volta nas alegações de ghostwriting que assombram o Drizzy. Comparar o uso que ele faz de Quentin Miller como escritor fantasma com o presidente Donald Trump é hilário. Ter Drake como alvo principal, além de shades para Lil Wayne e Birdman, em um único verso ininterrupto, faz de “Infrared” uma das faixas mais poderosas do “DAYTONA” (2018).
Ela entra, totalmente livre de refrões por 2 minutos, e transforma a temperatura do álbum. Apesar de não ser identificada como tal, ficou claro que se trata de uma diss track para o Drake. T está destemido e não economiza nos tiros em Birdman e nos rumores de que Drake usa escritores fantasmas em seu processo de escrita. A perfeita batida é formada por tambores de trap, chimbais, linhas de baixo, sample de “I Want to Make Up” (24-Carat Black) e interpolações com “The Prelude” (Jay-Z). Durante várias linhas, T demonstra rancor e dá sua opinião a respeito de várias coisas. Ele acha que o sucesso só é destinado aos rappers que aparecem nas paradas pop: “Lembre-se que Will Smith ganhou o primeiro Grammy?”. E zomba da fama do Lil Wayne, outro rapper que ele nunca perdoou: “Outro rapper multiplatinado preso e não pode se aposentar”. Mas tudo fica mais pesado quando ele coloca sua mira no Drake: “Como você poderia corrigir esses erros? / Quando você nem escreve suas músicas?”. Em “Infrared”, Pusha-T mostra sua frustração com uma indústria que ele ironicamente ama. Sobre a batida esquelética, ele traz rivalidades do passado à tona. E quando tudo está quase acabando, Kanye West insere uma trêmula batida e, pela primeira vez, T pode soltar o fôlego.