Desde o lançamento do impecável “Turn on the Bright Lights” (2002), Interpol combinou o talento dos seus membros com uma abordagem engenhosa e ameaçadora. Depois de um hiato de quatro anos, a banda anunciou o lançamento do seu novo álbum de estúdio. O primeiro single, “The Rover”, é uma faixa sombria com os vocais inconfundíveis de Paul Banks e o imediatismo das batidas de Sam Fogarino. O resultado é uma Interpol mais enxuta e despojada. “The Rover” não cede em nenhum momento – uma peça de indie rock conduzida por um contagiante riff de guitarra.
Como o esperado, Banks consegue transmitir a escuridão das letras. “Venha me ver e talvez você morra”, ele diz na primeira linha. Além dos vocais, ele assumiu a tarefa de tocar o baixo novamente. “Marauder” será a continuação do “El Pintor” (2014) – primeiro disco que a banda trabalhou sem o ex-baixista Carlos Dengler. Desde então, Banks assumiu seu lugar como baixista da Interpol. Impulsionada por uma energia frenética, “The Rover” aponta para uma direção mais pesada. As batidas aleatórias elevam os clássicos acordes de guitarra, enquanto a melodia é cheia de vivacidade. Seu barítono parece mais caloroso do que de costume; o refrão é moderadamente infeccioso e salientado pela repetição lírica. Essa música dificilmente vai mudar o rumo da carreira da Interpol, mas se você estava sentindo falta deles, tem motivos para se alegrar. As letras são um pouco incompreensíveis, mas isso faz parte do charme da banda. Depois de lançar dois excelentes álbuns no início da carreira, Interpol passou por um período de instabilidade. Agora, o trio recebeu o auxílio de Dave Fridmann, mais conhecido por trabalhar com The Flaming Lips. “The Rover”, o resultado dessa união, lembra o passado da banda, porém, com a influência de Fridmann. O destaque é o refrão, que possui a bela guitarra de Daniel Kessler e as fortes enterradas de Fogarino. Inconfundivelmente Interpol, mas um tanto quanto diferente, “The Rover” deve ter agradado os fãs de longa data.