Um mês após lançar “Geyser” como carro-chefe do seu próximo álbum, Mitski confirmou “Nobody” como segundo single. É uma faixa com influências de dance e disco que fornece provas tangíveis de que ela pode prosperar em outros estilos. Os fortes chimbais da abertura que, inteligentemente transitam por uma gravação lo-fi, remetem aos dias de “Bury Me at Makeout Creek” (2014). “Meu deus, sou tão solitária / Então eu abro a janela / Para ouvir sons de pessoas”, ela canta através de uma confissão irônica. Mas embora seja sarcástica, a persona que Mitski interpreta possui um charme inocente. Uma gama mais ampla de tons e texturas permite que suas composições tomem diferentes formas.
“Nobody”, por exemplo, é uma peça sedutora sobre a solidão sufocante e a morte da civilização. Ela possui potencial de uma música pop perfeita, graças ao gancho infeccioso, a justaposição dos instrumentos e as letras cercadas de insegurança. Uma montanha-russa de emoções que culmina em uma ode à solidão. Os chimbais, o dedilhado da guitarra, o piano melancólico e sua voz encantadora preparam a música, ao passo que o refrão acerta o ritmo em cheio. A abordagem funky, polida e despojada faz “Nobody” se tornar magnífica. A segunda metade exerce mudanças importantes, mas nunca parece ostentar. Você pensaria que uma canção composta por alguém repetindo a palavra “nobody” estaria fadada ao fracasso, mas Mitski conseguiu transformá-la em algo cativante sem ser exagerado.
Ninguém está imune à solidão – algo pelo qual todos nós podemos passar. Portanto, a tristeza e o desespero que são visíveis nessa música podem fazer qualquer um se relacionar. “Eu não quero sua piedade / Eu só quero alguém perto de mim”, ela admite. As empolgantes batidas de disco e a linda melodia do refrão produzem uma sensação vulnerável, encontrando um meio-termo entre Carly Rae Jepsen e Gloria Gaynor. “Nobody” é tão eletrizante que, mesmos as pessoas que não conhecem a Mitski, podem se conectar com ela. Uma canção onde a personagem está deprimida e não quer namorar, mas prefere estar perto das pessoas para não se sentir sozinha. Eventualmente, Mitski começa a cantar “nobody, nobody, nobody” repetidamente, e acaba criando a imagem de uma pessoa cantando e dançando sozinha sob uma brilhante bola de discoteca.