Depois do inesperado sucesso de “Din Din Din”, Ludmilla lançou uma nova música no final de julho. Produzida pelos frequentes colaboradores Umberto Tavares e Jefferson Jr, “Jogando Sujo” é o quarto single lançado por ela em 2018. O videoclipe, dirigido por Felipe Sassi, contém um cenário futurista e exército formado por mulheres. Ludmilla é uma cantora pop, mas possui raízes fincadas no funk carioca e flerta frequentemente com o R&B. Entretanto, vocalmente ela é muito limitada. Eu, particularmente, acho o seu timbre e dicção ruins, além dos fraseados serem imprecisos. Mas, mesmo com suas limitações, ela é uma das artistas de maior sucesso do pop nacional. Dito isto, eu afirmo que “Jogando Sujo” é a melhor faixa que ela lançou em 2018. De início, a canção apresenta cordas, percussão, sintetizadores e, posteriormente, batidas extremamente robustas.
Ademais, Ludmilla também é acompanha por típicos elementos de funk carioca e chimbais de influência trap. A instrumentação funciona e acaba escondendo a deficiência dos vocais e a superficialidade das letras. Atualmente é surpreendente o quanto o pop brasileiro possui letras ruins. “Jogando Sujo”, por exemplo, é construído sobre rimas fáceis, repetições banais, clichês e estereótipos envolvendo bundas. Assim que ouvimos o primeiro verso, já percebemos o quanto as rimas são bobas e fracas: “Presta atenção, que agora já tá liberada a sedução / Todas as meninas, foco na concentração / E divinamente vem descendo até o chão / Presta atenção, sente o grave que vai começar a percussão / Foco na batida, não esquece do carão”. É tudo tão básico e medíocre que se torna risível. Sorte da Ludmilla que a instrumentação consegue esconder a banalidade da escrita. Embora radiofônico, o lirismo do refrão consegue ser ainda pior. “Sensualiza, cai na pista / Atrevida, vai, bandida / Quando mexe o bumbum / Enlouquece qualquer um / Bumbum, bumbum, bumbum / Eu quero ver você jogando sujo, vai”, ela canta repetidamente. Honestamente, a música pop pode ser muito melhor do que isso. Mas isso não é uma crítica direcionada apenas para a Ludmilla, porque atualmente outros artistas brasileiros também fazem uso da mesma escrita ruim.