Em 16 de agosto, Marília Mendonça fez um show surpresa aberto ao público na Praça do Relógio, em Belém, Pará. Naquele fim de tarde, ela se apresentou para mais de 20 mil pessoas – e foi neste show que ela gravou sua nova música. “Ciumeira” faz parte do projeto “Te Vejo Em Todos Os Cantos”, que trata-se em uma agenda de shows em todos os estados brasileiros. Após seu lançamento, a canção alcançou 2 milhões de visualizações no YouTube em menos de 12 horas. Diferente do álbum “Agora é Que São Elas 2 (Ao Vivo), que foi mais pop do que o esperado, essa canção é completamente focada no sertanejo.
Característica do seu repertório, “Ciumeira” fala sobre carência e, assim como o título sugere, reflete sobre ciúmes e traição. Marília Mendonça é a outra mulher da história, aquela que fica com um homem comprometido. Entretanto, depois de um tempo, ela fica incomodada com a situação. “No começo, eu entendia / Mas era só cama, não tinha amor / Lembro quando você dizia / Vou desligar porque ela chegou”, ela diz no primeiro verso. Ela se apaixona pelo homem casado e demonstra estar cansada de ser a sua segunda opção: “E a gente foi se envolvendo, perdendo o medo / Não tinha lugar e nem hora pra dar um beijo / Coração não tá mais aceitando / Só metade do seu te amo”. Com “Ciumeira”, ela trouxe de volta a principal característica de suas letras, a chamada “sofrência”. Ela expõe a dor que sente por não aceitar mais o rótulo de uma amante. “É uma ciumeira atrás da outra / Ter que dividir seu corpo e a sua boca”, ela canta no cativante refrão. Enquanto o violão, contrabaixo, teclado e a percussão lideram o ritmo, o principal elemento continua sendo sua voz. Seu poderoso contralto carrega a melodia sem qualquer esforço e seduz com facilidade. Tudo gira em torno do seu expressivo e intenso vocal. Apesar do título brega e as letras cafonas, “Ciumeira” prova que o sertanejo pode ser agradável quando bem interpretado.