Esse ano está sendo muito especial para o Rouge – elas voltaram à ativa depois de um longo hiato. Ontem, elas lançaram um novo single – “Dona da Minha Vida” foi escrita pelo experiente quinteto juntamente com um time de compositores que inclui o cantor Jão e a dupla Head Media. O videoclipe, dirigido pela dupla Os Primos, é empoderador e mostra várias pessoas que sofreram algum tipo de discriminação ou violência. Através do vídeo, Rouge demonstra apoio às pessoas vítimas de transfobia, homofobia, gordofobia e misoginia. Além de aparecer em um arranha-céu, o grupo uniu várias pessoas de diferentes etnias e orientações sexuais para participar do vídeo. Muitos homens e mulheres sofrem preconceito e desprezo diariamente apenas por serem quem são. São pessoas que passam por lutas pessoais e tentam conquistar seu espaço em uma sociedade hostil e preconceituosa. Lançar uma música como essa, foi a forma que o Rouge encontrou para mostrar empatia e solidariedade. Mas também trata-se de uma canção que elas mesmas podem se identificar. Afinal, são mulheres bem-sucedidas que, provavelmente, já foram vítimas de alguma objetificação sexual ou hostilidade do privilégio masculino. Dito isto, desde o título empoderador, “Dona da Minha Vida” fornece uma mensagem de força e superação.
Liricamente, o quinteto entrega letras confiantes e aborda temas como feminismo e relacionamento abusivo. “Não pense que eu vou ficar vivendo no passado / Cansei, você nunca vai mudar, sempre tão complicado”, Karin canta sob elementos de reggae. “Dona da Minha Vida” é uma canção pop com influências de R&B e inesperadas batidas de trap; instrumentos como piano, baixo, sintetizador e guitarra aparecem. “Eu vou viver todos os sonhos que tirou de mim / Tudo que você disse que eu não sou”, Li canta se direcionando ao ex-marido. É surpreendente o quanto “Dona da Minha Vida” se afasta dos singles mais dançantes do Rouge. E quando você menos espera, elas fornecem um grandioso refrão formado por um forte coro – os cativantes “oooh oooh oooh” grudam na cabeça com facilidade. Enquanto Lu interpreta o refrão, Aline entrega um das melhores linhas da música: “Admito, tantas vezes me senti inferior a você / Mas quanto mais você implora e chora assim / Me lembro do meu poder”. Provavelmente, a maior falha é a parte que cita o Instagram, tendo em vista que derrubou o clima mais sério da escrita. Mas os vocais estão no ponto e impressionam pela dinâmica – Lu e Fantine ainda têm a oportunidade de mostrar seu alcance próximo do final da música.