Enquanto Sharon Van Etten se aproxima do lançamento do seu novo álbum de estúdio, “Remind Me Tomorrow”, a deusa do indie rock revelou uma nova faixa. Em “Júpiter 4”, ela habilmente ilustra para nós uma imagem do que significa finalmente estar apaixonado. Desde que lançou seu último projeto, “Are We There” (2014), sua vida foi redirecionada de várias maneiras: tornou-se mãe e atuou na série “The OA”. “Júpiter 4” soa como o produto de um compositora em recuperação, desempacotando e remodelando seu próprio romance com a música novamente. Embora o assunto não seja inovador para nenhum compositor, sua maneira de contar histórias e as texturas vocais empregadas elevam essa música a alturas impressionantes.
Com a ajuda de John Congleton, ela se envolve em uma paisagem escura formada principalmente por sintetizadores e bateria eletrônica. Ela medita sobre um amor tão real que ecoa por nossa mente rapidamente – os zumbidos de fundo injetam uma corrente obscura e possuem uma sede insaciável. Em “Are We There” (2014), a dor da Sharon Van Etten foi exorcizada do fundo de si mesma, e sua apresentação foi um clamor solitário em uma sala silenciosa. Agora, no entanto, o trauma está ao seu redor. “Júpiter 4” é uma ode à eterna busca pelo amor, com sua voz exalando otimismo e transformando-se em sobrevivência em meio ao dilúvio de sua destruição externa. “Querido, eu tenho esperado a minha vida inteira por alguém como você”, ela canta enquanto os acordes se tornam mais tempestuosos. Seus esforços não parecem mais elegantes; aqui, eles estão ameaçadores. O amor permanece como uma luz no escuro, mas uma luz para onde? Enquanto a música gira e desaparece, o mistério permanece inquietante. O videoclipe, dirigido por Katherine Dieckmann – que já trabalhou para artistas como R.E.M. e Kristin Hersh na década de 90, e desde então dirigiu filmes como “Uma Mãe em Apuros” (2009) e “Strange Weather” (2016) – leva “Júpiter 4” para as profundezas de sua atmosfera sombria.