Conor Oberst e Phoebe Bridgers almejam uma realidade existencial, assim como todos nós. No início de “Dylan Thomas”, sua colaboração como Better Oblivion Community Center, eles revelam a verdade de suas compulsões. Oberst é o ex-vocalista do Bright Eyes, entre muitos outros projetos – o nativo de Omaha lançou seu primeiro álbum aos 13 anos. Bridgers, por sua vez, lançou seu primeiro disco em 2017 via Dead Oceans. Ela é uma das mulheres que foram entrevistadas sobre a recente controvérsia envolvendo o Ryan Adams. “Dylan Thomas” tem todas características de uma canção escrita por Oberst, incluindo as letras dolorosamente introspectivas, os riffs de guitarra e o ritmo que se encaixa apropriadamente em números de hip hop. Após algumas audições, há uma distinção inconfundível que torna essa música tão especial. A qualidade mais óbvia é a presença de Phoebe Bridgers – ela tem uma voz extraordinária. Como uma transmissão de televisão em que o som e a imagem nunca são sincronizados, uma fração de segundo divide suas vozes.
Eles enfatizam que chegaram até aqui sozinhos, motivados por seu próprio fascínio mórbido. É o equivalente a milhares de pessoas atualizando o Twitter de uma só vez, esperando as últimas notícias – uma solidão compartilhada em nossas vidas interconectados. Mas no segundo verso, eles parecem acordar, sacudindo o mal-estar em uma série de realizações e reflexões. Oberst e Bridgers trocam insultos como amigos que se encontraram novamente. “Estou ficando ganancioso com esse inferno particular / Vou sozinho, mas tudo bem”, eles cantam no refrão. As músicas da Phoebe Bridgers costumam nos fazer refletir, e muitas vezes as letras ocupam o centro do palco. No entanto, não vamos esquecer que Conor Oberst costuma criar excelentes riffs de guitarra, e com essa música não foi diferente. Ele é um camaleão musical que realmente sabe como compor uma ótima música de rock.