“Uprated Nite Zone” é uma música de jungle hiperativa com origens aparentemente anônimas, embora tudo pareça indicar que é o trabalho da dupla escocesa Clouds, que vem fazendo um techno de qualidade desde a última década. No ano passado, Clouds lançou um ambicioso LP pela Electric Deluxe chamado “Heavy the Eclipse”, um projeto conceitual ambientado em um futuro devastado por drogas e violência onde sua cidade natal, Glasgow, foi adquirida por um conglomerado de língua alemã que a transformou em uma nova entidade cívica conhecida como Neurealm. Embora o Hamilton Scalpel tenha sido lançado em uma nova marca chamada Concrete Cabin, ele é anunciado como uma “transmissão secreta dos arredores de Neurealm”, um aparente easter egg.
Mas “Uprated Nite Zone” é estridente, energética e, o mais importante, divertida. Além disso, soa fresca, especialmente quando sua percussão estremecedora é mantida contra a rígida batida de house e techno. Para ser claro, o projeto Hamilton Scalpel não é uma espécie de exceção. Artistas como dBridge, Alix Perez e Sully estão fazendo excelentes músicas de drum n bass, enquanto gravadoras como Western Lore, Cosmic Bridge e Astrophonica são centros confiáveis quando se trata desse tipo de som. O drum n bass e o jungle deveriam estar mortos. Pelo menos é o que a maioria dos fãs de dance music costumam dizer. Claro, esses gêneros nunca desapareceram. Geralmente é apenas uma questão de tempo até que os holofotes voltem para eles. Afinal, agora que o trance – um gênero que já foi considerado radioativo – voltou à moda, está claro que qualquer outro subgênero da dance music pode voltar a ser cultuado. “Uprated Nite Zone”, em particular, está em um lugar particularmente fértil agora – deixe para os especialistas debaterem se o jungle voltou à vida ou se é cedo demais para afirmar isso.