A primeira oferta do próximo álbum de estúdio da banda Sleater-Kinney, intitulada “Hurry on Home”, é um punk rock estridente. Em janeiro, a banda formada em Olympia, Washington, em 1994, postou uma foto que quebrou a Internet pela segunda vez. As atuais integrantes Carrie Brownstein e Corin Tucker estavam de volta ao estúdio trabalhando no sucessor do “No Cities to Love” (2015). Mas dessa vez, temos ninguém menos do que Annie Clark, também conhecida como St. Vincent, como única produtora. As infinitas possibilidades dessa colaboração podem parecer um pouco misteriosas, mas o primeiro gosto é um claro nocaute.
“Você sabe que eu sou capaz de me vestir de baixo para cima / Capaz de fazer parte da cidade, de agarrar no cabelo”, Carrie Brownstein brinca, mostrando o quão maleável ela pode ser. Ela aprofunda suas falhas, declarando-se “infeliz, amável, irreconhecível, inatacável” com um vitríolo quase alegre. Ela descreve isso como uma locutora de um concurso de beleza – suas inseguranças nunca foram tão excitantes. A implacabilidade de seu desejo é refletida nos gigantescos riffs de guitarra e nas pancadas de bateria. Um sintetizador metálico flutua no fundo dessa tensão, ao lado de uma rajada de grunhidos e suspiros. Quando Brownstein grita “você me acostumou a amar você” no final da música, seu desespero dispara para um céu chuvoso com uma energia quase maníaca. Após essa confissão, Brownstein permanece ofegante na repentina ausência do som. “Hurry on Home” faz a banda parecer mais sedutora do que nunca. Para o bem ou para o mal, Sleater-Kinney precisa seguir em frente, e essa música faz isso em grande estilo. Carrie Brownstein está ainda mais energizada do que de costume, e isso é mais do que suficiente para vender um single da Sleater-Kinney. Em suma, “Hurry on Home” é uma colisão de sons distorcidos, mas incrivelmente saltitantes, que certamente deixou os fãs ansiosos para o próximo álbum da banda.