O trio formado por Ariana Grande, Miley Cyrus e Lana Del Rey lançou “Don’t Call Me Angel” juntamente com um videoclipe ontem à noite. As três cantam em uma mansão luxuosa e parecem bastante intimidadoras – quando não estão usando asas negras, estão arremessando facas e lutando em um ringue de boxe. A música fará parte do reboot do filme “As Panteras”, que irá para as telas dos cinemas em 15 de novembro de 2019. A faixa, co-escrita pelas três artistas, é o principal single da trilha sonora. “As Panteras” continua a história introduzida pela primeira vez na série dos anos 70 e nas sequências dos filmes de 2000 e 2003. Como “Independent Women Part I” das Destiny’s Child foi exibida na trilha sonora de 2000, faz sentido que outro trio feminino registre uma música para o reboot. Estrelando Kristen Stewart, Ella Balinska e Naomi Scott como panteras, o filme também apresenta Elizabeth Banks, Sir Patrick Stewart, Noah Centineo, Sam Claflin e Djimon Hounsou.
“Don’t Call Me Angel” combina estilos que soam bem sozinhos, mas lutam para se misturar, tal é a vastidão do espaço entre as três. Ariana Grande está em sua zona de conforto patinando em torno da elaborada rede de notas interligadas pelos frequentes colaboradores Max Martin e Ilya Salmanzadeh. Ela introduz a canção com um sonhador “não me chame de anjo, você não me entendeu”. No decorrer da música, elas dizem que não são os anjos inocentes que parecem ser – é fácil de acreditar, considerando o couro preto que elas vestem no vídeo. Parece um clipe de espionagem patrocinado pela Victoria’s Secret – onde Miley Cyrus começa a lamber suas amigas no rosto. Infelizmente, a música em si não tem muita coisa – não é tão viciosa e a melodia repetitiva fica meio que escondida. Mas Lana Del Rey é a mais estranha e desconexa – como uma artista melancólica, ela parece hilariante e desajeitada. “Don’t Call Me Angel” se esforça para descobrir o que fazer com ela – a batida até diminui o ritmo para acomodá-la. Com Ariana Grande e Miley Cyrus assumindo a liderança, seu impacto faz com que o verso da Lana Del Rey se torne bastante esquecível. Embora as três pareçam independentes, sua execução carece de qualquer química. Elas aparecem sequencialmente e fornecem versos superficiais, mas não existe interação ou harmonização entre elas.
Das letras à produção levemente influenciada pelo hip hop, “Don’t Call Me Angel” é inegavelmente cativante. Mas elas já apresentaram declarações mais interessantes sobre o mesmo tema no passado. Em termos vocais, Grande assume o refrão e o segundo verso, enquanto Cyrus traz atitude à primeira estrofe. “Eu ganho meu dinheiro e escrevo os cheques / Então diga meu nome com um pouco de respeito”, ela canta. Mais tarde, Grande brinca com os melismas e recita linhas como: “Você não sabe que eu mordo quando o sol se põe?”. Del Rey, por sua vez, é a única presença confusa; ela apresenta linhas mornas com tons tipicamente monótonos. “Eu aprecio o jeito que você me olha, não posso mentir / Eu me jogo, subo, me afasto quando chego ao seu limite / Eu caí do céu, agora estou vivendo como um diabo”, ela canta sem pressa enquanto a batida se arrasta por baixo.