MC Du Black é o novo rosto do funk – Carlos Eduardo da Silva Batista Leite, carioca de 24 anos, atingiu o primeiro lugar do Spotify Brasil no ano passado com “Gaiola é o Troco”. Em julho, ele ainda trabalhava como serralheiro na Zona Norte do Rio, mas no tempo livre tentava a sorte na música. Du Black também é fã dos pagodeiros do Imaginasamba e do Thiaguinho – inclusive ele chegou a ter uma banda de pagode no Rio. Em “Gaiola é o troco”, dá até para ouvir uma pequena influência de pagode – mas a principal base da música ainda é o funk 150 bpm. Agora, Du Black acabou de disponibilizar “Tudo Aconteceu”, com a participação do rapper carioca Delacruz..
Rapidamente, o teclado sintetizador acompanha as primeiras palavras do Delacruz. “Mais uma vez o tesão foi mais forte que eu / No baile da FM, tudo aconteceu”, ele diz se referindo à rua Furquim Mendes em Vigario Geral (bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro), área onde foi criado. No refrão, as batidas de funk deixam a música ainda melhor: “Agora fudeu, eu não paro mais, na onda que eu tô, eu não paro mais / Ritmo doido, eu não paro mais, no ódio que eu tô, eu não paro mais / Senta, firma, trava em cima / Senta, firma, trava em cima / Eu me apaixonei, saudade que não acaba mais”. Como esperado, “Tudo Aconteceu” faz alusão ao sexo e às drogas com um vocabulário explícito. Embora as letras propriamente ditas sejam pobres de conteúdo, o rap de ambos é bastante consistente. Mais uma vez, MC Du Black nos entorpece com suas batidas e mostra o porquê é considerado uma das figuras mais interessantes do funk carioca.