Nessa sexta-feira (13), Letrux lançou o seu segundo álbum de estúdio, “Letrux aos Prantos”, e também liberou o vídeo de “Déjà Vu Frenesi”. Dirigida por Clara Cosentino, a produção a coloca como uma força da natureza e, com inspiração no trabalho de Marina Abramović, faz referência ao processo de criação da música. Segundo Letrux, a música foi “feita dentro d’água, na Grécia”, como escreveu em suas redes sociais. Após um registro ousado e enérgico como o “Letrux em Noite de Climão” (2017), a carioca Letícia Novaes retorna mais reflexiva, introspectiva e vulnerável do que nunca, agora imersa em um profundo oceano emocional. Dessa vez, ela busca compreender suas emoções em uma extensa jornada de autoconhecimento, refletindo sobre relacionamentos e se conectando intimamente com a natureza. “Déjà-Vu Frenesi” é um ótimo pontapé introdutório para situar o ouvinte ao universo em que ela se encontra atualmente. “Ou a gente chora ou a gente sua”, ela canta aqui.
“Déjà-Vu Frenesi” parece um anticlímax do “Letrux em Noite de Climão” (2017). Enquanto sua estreia solo era eufórica, o novo single leva o efeito catártico para a cama. Porém, engana-se quem pensa que a canção dedica-se à fossa. Há um cinismo latente escondido por trás. “Déjà-Vu Frenesi” é mais densa e soturna, e apresenta uma sonoridade mais retrospectiva com base no rock and roll. Tudo é simbologia no mundo musical de Letrux; pode ser um esparramar numa cama bagunçada, de lençóis sujos de maquiagem, suor e gozo. “Déjà-Vu Frenesi” nos pega em um momento de fragilidade e evoca uma reflexão inquietante. Com apoio da orquestração intensa, reforçada pelas guitarras, pelo baixo crocante e pela bateria frenética, Letrux constrói uma relação análoga entre emoções e líquidos: “Todo corpo tem água, lágrima, suor e gozo / Todo corpo tem água, lágrima, suor e porra”, ela pontua antes de ser representada por sentimentos reprimidos: “Não deixa secar nem deixa magoar (…) / Não deixa sangrar nem deixa derramar / Não deixa secar nem deixa magoar / Déjà-vu, a gente já teve aqui / Déjà-vu, viver é um frenesi”. Definitivamente, Letrux está no seu auge artístico.