Lançado sem aviso prévio no Réveillon, o quarto álbum de estúdio da dupla ANAVITÓRIA, “COR”, é uma celebração do amor em todas as suas formas e cores. Cada faixa recebeu seu próprio vídeo, convidando o ouvinte a mergulhar mais fundo em cada música para encontrar seus diferentes significados. Como as próprias canções, os vídeos que acompanham parecem simples e, às vezes, estranhos na superfície, mas revelam uma narrativa intrigante para o ouvinte desconstruir. A capa do álbum, com Ana e Vitória em um único suéter amarelo, azul e branco, é retirada do vídeo da faixa-título, intitulada “Amarelo, Azul e Branco”. Em colaboração com Rita Lee, a música abre o disco com inteligência e dá voz através de letras como: “Deixa eu me apresentar / Que eu acabei de chegar / Depois que me escutar / Você vai lembrar meu nome”. A canção tenta ser uma personificação do álbum, apresentando-se como como uma carta de amor a sua própria carreira: “E quando eu canto cor / Quando eu espalho cor / Eu conto a minha história”.
Anteriormente, o duo havia comentado sobre o grande desejo de colaborar com Rita Lee em projetos futuros. Com o LP quase pronto, houve o pedido oficial à cantora e sua voz no trecho escolhido chegou para o desfecho da música. Para a dupla, foi fundamental dar o nome de “COR”, já que a palavra de três letras alude ao seu terceiro álbum de inéditas, sendo o grupo composto por três pessoas (Ana, Vitória e seu empresário Felipe Simas), e uma representação da união entre o corpo, o espírito e a mente. A forte percussão e os instrumentos de sopro se sobressaem aqui, mas as letras também são adoráveis: o foco é sua paixão pela música e sua cidade. “É que eu sou dum lugar / Onde o céu molha o chão / Céu e chão gruda no pé / Amarelo, azul e branco”, elas cantam. “Amarelo, azul e branco” funciona como uma dedicatória à sua terra, com versos recheados de orgulho de ter feito parte da história do Tocantins. “O norte é a minha seta, o meu eixo, a minha raiz”, ANAVITÓRIA diz no verso final. A participação de Rita Lee é reduzida a um poema de Simone de Beauvoir e, consequentemente, injeta uma dose de sabedoria. “Que espaço o meu passado deixa para a minha liberdade hoje?”, ela diz num questionamento que reflete sobre o amadurecimento da dupla.