John Roberts é um produtor musical americano residente de Nova York. Ele passou a ser aclamado pela crítica após o lançamento do seu álbum de estreia, “Glass Eights” (2010), e o registro seguinte, “Fences” (2013) – ambos lançados pela Dial Records. Em 2009, Roberts co-fundou a revista de cultura contemporânea “The Travel Almanac” com o músico Paul Kominek. Posteriormente, criou sua própria gravadora, a Brunette Editions, e também já lançou um álbum autointitulado sob o pseudônimo de Body Four. Após o lançamento de “Can Thought Exist Without The Body” em 2019, Roberts marca o seu retorno à Brunette Editions com o lançamento de um pacote apenas digital chamado “Zero Infinite Nothing”. Com esse EP, ele utiliza a mesma instrumentação clássica que fomos apresentados pela primeira vez em 2010 por meio do “Glass Eights” (2010). As três faixas em oferta – “Zero” e “Nothing” foram lançados agora; “Infinite” será lançada em 16 de março – possuem um pulso eletrônico e melodias que brilham no topo da produção, resultando em três peças estruturadas e sinfônicas.
No passado, sua música se diferenciava pela aparente simplicidade, mas ele passou a utilizar teclados melancólicos e programação de bateria analógica, tornando o deep house incomum e imediato. Mas, nos últimos anos, Roberts se tornou mais conceitual. “Zero”, a primeira faixa do EP, fornece loops variados projetados para alcançar diferentes tipos de variações. No entanto, a faixa não tem a qualidade amorfa de suas melhores canções, nem os tons bucólicos frequentemente encontrados na música experimental. Com sua cadência vibrante e sincopada, “Zero” a princípio soa quase aquática. Elementos musicais contrastantes competem por nossa atenção conforme a música evolui, tornando mais difícil dizer exatamente a qual gênero ela pertence. Contra um pano de fundo rosado, uma melodia de piano sentimental toma a dianteira; acentos percussivos em staccato e filtros ondulantes lentamente criam um efeito hipnótico. Ao longo de seus 5 minutos de duração, “Zero” fornece um ambiente físico, um espaço a ser explorado. Talvez agora, na ausência de oportunidades reais para dançar por causa da pandemia, essa seja a melhor coisa que a dance music pode fazer. Como um produto orgânico dos experimentos de estúdio de John Roberts, “Zero” é uma espécie musical singular e talvez um símbolo de esperança para ele.