O EP “Six Songs for Invisible Gardens” (2020) de Olive Ardizoni foi lançado no momento perfeito. Era uma névoa de calma em um momento de coabitação permanente. O seu álbum de estreia, “Music for Living Spaces”, continua quase no mesmo estado de espírito – com uma quietude emanando de cada movimento – mas também há progresso. Possui menos colagens de sons e é mais melodicamente definido. Mas uma mudança perceptível ocorre na penúltima música do álbum, “Find Home”, quando ouvimos sua voz pela primeira vez em uma gravação de Green-House.
Presa em algum lugar entre Mort Garson e Julianna Barwick, sua música é linda e minimalista. Geralmente, Ardizoni produz faixas com sintetizadores calmantes para você e suas plantas domésticas. Sua música é catártica e costuma conter sons que balançam e assobiam o suficiente para te envolver. Elu mistura elementos de new age e música ambiente com pop a fim de criar músicas intimistas. Há algo muito reconfortante em como “Find Home” soa amigável; é um das mais desafiadoras de sua discografia. Antes de se mudar para Los Angeles, Ardizoni cantou em bandas de punk e metal, mas elu também tinha o hábito de falar com as plantas, o que o levou a fazer música para mesmo. É fácil ver como “Find Home” evoca imagens de plantas e pessoas: envolvida no brilhante teclado, Green-House irradia tons incrivelmente suaves. Cantando em falsete de forma alta e clara, Ardizoni diz: “Sigo o vento e voo para casa / Sigo as árvores e encontro o lar”. No entanto, há uma reviravolta em suas palavras: “Acho que sou você / E estou em casa”. É uma ideia enigmática que pode ser interpretada da forma que você quiser.