Moor Mother, o projeto de Camae Ayewa, acabou de lançar uma nova música chamada “Zami”, cujo título deriva do livro de Audre Lorde de 1982. É breve, mas assustadoramente poderosa. Ao desafiar o espaço físico e o tempo através de seu som, Moor Mother abre caminhos entre o passado e o futuro, muitas vezes mergulhando em questões sócio-políticas envolvendo injustiça e racismo. Em 2020, ela lançou um punhado de projetos, incluindo três álbuns: “There Was True Opera”, uma colaboração com Mental Jewelry, bem como o álbum solo “Circuit City”, e uma colaboração com billy woods, “BRASS”. Produzida por Madam Data, “Zami” possui sintetizadores triturantes, embora alguns tons suaves flutuem acima do mar de ruídos. Ela fala sobre experiências pelas quais a diáspora afro do mundo todo passou e continua passando, enquanto Ayewa reconstrói séculos de história com verdades brutais. “Sim, estou sendo apagada / E você nem se importa”, suas palavras atacam com gritos voando através da angústia do passado. O clima sombrio de “Zami” cria um território bem utilizado pela Moor Mother. Aqui, ela assume um novo mantra. “Chega de relógio do mestre / Nós viajamos no espaço”, ela berra sobre o órgão e sintetizador horripilante. A atmosfera assustadora em torno dos vocais é suficiente para atrair sua atenção. No entanto, Moor Mother continua tentando se libertar das correntes do tempo: “Isso é um relógio morto”, ela diz, conduzindo-nos para um momento de incerteza.
Review: Moor Mother – Zami
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