Com sede em Asheville, Carolina do Norte, a cantora e compositora Indigo De Souza chegou à fama com seu álbum de estreia, “I Love My Mom” (2018). “Kill Me”, o primeiro single do seu próximo álbum de estúdio, “Any Shape You Take” – com lançamento previsto para 27 de agosto de 2021, fornece um vislumbre do seu mundo e do desespero que vem de nos agarrarmos a algo – ou alguém. Assim como “I Love My Mom” (2018), “Kill Me” não perdeu o imediatismo de sua composição, apesar de ser ainda mais intenso. Inicialmente, a suave guitarra elétrica e a linha vocal fazem pouco para alertar sobre o ciclone iminente do grunge que está por vir. E a faixa continua nessa linha com breves momentos de doçura e linhas de baixo se desintegrando – imagine a banda Pixies cantando para a geração do milênio e você está chegando perto de descobrir do que exatamente estou falando. É como se você tivesse no meio de uma tempestade e conseguisse respirar fundo antes do próximo furacão chegar.
De fato, “Kill Me” soa como uma mera amostra do que está por vir: uma expressão de auto apagamento, desespero e vontade de desaparecer. Ela combina essas emoções intransigentes com uma melodia que flutua como uma onda de fumaça, conforme o acompanhamento da banda fica cada vez mais tempestuoso e a narrativa escurece. Chame de catarse ou uma espécie de assombração, mas depois de ouvir, você não conseguirá tirá-la da cabeça. O videoclipe, filmado por Jordan Alexander, é estranho, perigoso e às vezes brutalizante, mas perfeito para a música. A câmera encontra Indigo De Souza em uma sala bagunçada: há ovos quebrados, xícaras, revistas e cobertores amassados por toda parte. O vídeo traz à mente uma imagem que sugere uma mente perdida na depressão; De Souza diz ao seu pretendente para não se importar com os pratos sujos amontoados. Em seguida, ela nos leva a um ringue mal iluminado onde, para o deleite de uma multidão ávida por ação, os lutadores brigam com bolos de aniversário. Em suma, “Kill Me” é interpretada com uma angústia agridoce e precipitação emocional: “Ninguém me pediu para sentir essa merda / Mas aqui estou eu, fodida”.