Takahide Higuchi é um produtor eletrônico japonês que trabalha sob o pseudônimo de foodman. Morador de Yokohama, ele lança música desde 2011 – seu trabalho ganhou força no início da década de 2010, quando ele foi reconhecido como um dos principais nomes da cena japonesa de footwork e juke. Seu trabalho como músico combina diferentes subgêneros da música eletrônica, como o ambient, techno, house e noise music. “Michi No Eki”, com Taigen Kawabe (da banda londrina Bo Ningen), é uma das duas faixas vocais do seu novo álbum de estúdio, “Yasuragi Land”. Sua voz, trilhada sobre repetitivas camadas de sintetizador, parece uma versão digital do rock complexo do Magma. Com 15 faixas, “Yasuragi Land”, que significa “terra da tranquilidade” em japonês, foi inspirado pelas visitas do artista a estações de beira de estrada e pelos banhos públicos japoneses.
Praticamente todas as músicas do álbum contêm o potencial de transportar o ouvinte para uma versão colorida e idealizada do local aparentemente mundano que Higuchi explora. Não há nada como uma pandemia para restringir a criatividade. É o caso de foodman, que viu em primeira mão como as declarações de estado de emergência em resposta ao coronavírus deixaram sua cidade natal sem shows ao vivo. “Michi No Eki” é incrivelmente frenética: um único acorde de guitarra luta contra uma série de batidas pontuadas pelos vocais monótonos de Taigen Kawabe. Excepcionalmente, não há baixo; é uma música refinada com algumas ferramentas simples. Desde o início, “Michi No Eki” fornece uma percussão oca e quase instável. E sem o apoio do baixo, o toque da guitarra se destaca completamente. A voz de Kawabe parece golpeada pela percussão como se estivesse nadando contra uma correnteza. O videoclipe imita esse movimento propulsivo. No clipe em câmera lenta, Kawabe compete em um triatlo solo ao passo que foodman torce por ele. Nos momentos finais, as afirmações de Kawabe sobre auto realização ficam em segundo plano. Enquanto isso, foodman joga confete e o parabeniza pela corrida bem disputada.