Um dos principais nomes da atual geração do hip hop nacional, Matuê lançou seu novo single “Quer Voar” na noite de terça-feira após um movimento promocional que chamou a atenção do público na internet. Através de uma ação de marketing, o rapper cearense surgiu caracterizado como vampiro, retirando o próprio sangue e armazenado em pequenos frascos usados como pingentes para colares. Postos à venda no seu site, os colares tinham como preço a alma dos compradores, em campanha publicitária reforçada com sua imagem de cabeça para baixo com os dizeres “vendo sangue, compro almas”. A surpreendente ação de marketing gerou reações mistas e dividiu opiniões nas redes sociais. O resultado apesar das críticas, foi um verdadeiro sucesso: ele conseguiu dados de mais de 8 mil doadores de sangue para uma campanha social promovida em conjunto com a Hemotify. Primeiro single inédito do Matuê desde o lançamento do álbum “Máquina do Tempo” (2020) – que quebrou o recorde de maior estreia na história do Spotify Brasil -, “Quer Voar” é uma música de autoria dos compositores Grou, Lorentz, Palace e Quantich, que também são creditados como produtores.
Com “Máquina do Tempo” (2020), Matuê abriu as portas para que 2020 se tornasse o ano em que o trap, gênero derivado do hip hop, dominaria o Brasil. O sucesso foi arrebatador: as sete músicas do projeto estrearam imediatamente no top 15, com a faixa-título ocupando o disputado primeiro lugar. No videoclipe sangrento, Matuê confirma o status de “vampiro”, exibindo sua opulência com carros de luxo e motocicletas. Após a lenta introdução, “Quer Voar” apresenta um típico som de trap: uma mistura de sampler, máquinas de tambor, chimbal, bumbo, sintetizadores e muito auto-tune. Enquanto isso, Matuê ostenta sua vida luxuosa e cita trechos do rap “Beira da Piscina”, parceria de Emicida com Rael da Rima, lançada há onze anos na mixtape “Emicídio” (2010). A música foi muito bem recebida pelos fãs, tornando-se responsável pela maior estreia de um single brasileiro no Spotify esse ano. De fato, não há nada de diferente do som que ele costuma apresentar – o instrumental é um tanto genérico. No entanto, é um single bem viciante, principalmente o refrão matador: “Passa o Bic, põe no ar / Minha bitch, quer voar / Botei no sport pro escapamento estralar / Troquei um Corsa num Porsche, quem tava lá? / Queimando gasolina, famoso comedor de prima / Sexo encanta, sorriso me hipnotiza / Iza, sempre quis fuder a sua brisa”.