Já faz alguns anos que Charli XCX luta contra as tendências cansadas da música pop para esculpir seu próprio som e estilo. Seu novo single, “New Shapes”, traz Caroline Polachek e Christine and the Queens para uma doce canção inspirada nos anos 80. Em dívida com os sintetizadores e 808s, “New Shapes” transforma seu pastiche espumante em algo mais triste. “Mas às vezes eu preciso a noite toda, o dia todo / Poderíamos nos apaixonar em novas formas”, XCX canta. “E quando chega a manhã / Me desculpe, eu fiquei”. Enquanto ela se inclina para a escuridão e o mundo autodestrutivo da música pop no último álbum do seu contrato com a Atlantic Records, “New Shapes” cativa tanto quanto “Good Ones”. Versos ecoantes e acordes de sintetizador são a base do trabalho de todos as três artistas – mas “New Shapes” ainda é uma faixa tradicional de Charli XCX. Mas ela não é estranha à colaboração e as artistas apresentadas não são exceção – ela colaborou anteriormente com Christine and the Queens em “Gone” e Caroline Polachek na mixtape “Pop 2” (2017).
Os vocais instantaneamente reconhecíveis, o vocoder acentuado, à navegação hábil e romântica de Christine, a produção de Deaton Chris Anthony e o alcance continuamente alucinante de Polachek, certamente serão recebidos de ouvidos abertos pelos fãs. Fortemente saturada em uma estética orgânica dos anos 80, “New Shapes” se concentra na construção de uma paisagem sonora única. Com pequenas explosões de sintetizador no refrão e uma produção nostálgica, você se verá realmente imerso nela. Embora possa não ser direcionada para o mercado mainstream, “New Shapes” vai crescer em você a cada escuta. Na música, cada uma delas lida com um verso impregnado pelo sintetizador, conforme Polachek é responsável pela ponte. “Não sei porque tenho tendência a fugir / Não sei por que estou sempre insistindo em uma boa fuga / Mesmo que eu me sinta tão perto, simplesmente não consigo controlar como me sinto”, XCX canta. Aqui, todas estão se agarrando a um relacionamento fracassado – o título sinaliza suas tentativas ineficazes de adotar novas comportamentos por causa de um parceiro. Felizmente, suas perspectivas se complementam bem: Charli luta com sua tendência de fugir, enquanto as imagens abstratas de Chris oferecem uma solução temporária. Em uma das linhas mais comoventes da música, Polachek confessa que as coisas seriam melhores se ela nunca tivesse conhecido seu ex.