O vocalista e produtor de Ramallah, Julmud, assinou com a Bilna’es, a gravadora de Muqata’a, Ruanne Abou-Rahme e Basel Abbas, para seu álbum de estreia. “Tuqoos” está enraizado na música club, no grime e no hip hop. Suas batidas são pesadas e os sons “têm uma textura quase granular”, além de um “fluxo rítmico emocionante”. Em 15 faixas, o álbum confunde as linhas entre “pendurado em uma esquina, em um protesto ou em um clube”. Foi inteiramente produzido em Ramallah, Palestina. Julmud faz parte do coletivo Ramallah Saleb Wahad e colabora regularmente com outros atos de Ramallah como Al Nather e Makimakkuk. “Tuqoos” é apenas o segundo álbum do Bilna’es, o selo criado com os artistas visuais de Nova York Ruanne Abou-Rahme e Basel Abbas no final de 2020. “Falnukmel”, o primeiro single do álbum, é um praticamente um trap industrial. Sua densidade é surpreendente, o baixo roça contra arranhões propulsores e inabaláveis. Aqui, temos algo mais sujo e palestino, que bate ao lado dos vocais de Julmud.
Embora ele seja mais conhecido por seu trabalho como produtor, percussionista e tecladista, são suas composições que se destacam aqui. “Eu te ajudaria, mas o salário mínimo é baixo”, ele cospe sobre a claustrofobia texturizada de “Falnukmel”. Como um rosto proeminente no hip hop de Ramallah, “Tuqoos” provavelmente será focado em batidas mais pesadas e texturas mais cruas com linhas de baixo grossas e melodias reflexivas. Influenciado por Muqata’a (um dos padrinhos do rap da Palestina) e o Ramallah Underground (um grupo de hip hop que se desfez em 2009), Julmud é um dos contemporâneos do Ramallah. No mundo fragmentado do hip hop palestino, versos sobre a resistência coletiva e a covardia do Governo se unem em torno das queixas sociais cotidianas da vida sob o sionismo. “Com dinheiro eles compraram seu silêncio, pisando em sua dignidade, sua alma está fermentando / Não irmão, eu não sou assim, estou flutuando, estou nas alturas”, ele diz aqui. Esta é talvez a infeliz barganha da cidade Ramallah.