A dupla brasileira Gorduratrans é formada por Felipe Aguiar (guitarra, vocais) e Luiz Felipe Marinho (bateria, vocais). Em 2015, após uma conturbada ruptura com a banda que tocavam juntos, eles decidiram criar o Gorduratrans com a intenção de experimentar o shoegaze. No mesmo ano, lançaram o EP “Repertório Infindável de Dolorosas Piadas”, após um trabalho de dois meses. O nome foi extraído de um frase da música “Nas Suas Palavras” (2006), de Ludovic. O estilo musical do Gorduratrans já foi descrito como shoegaze e noise rock, com influências de bandas como My Bloody Valentine, Slowdive e The Jesus and Mary Chain. O seu novo single, “enterro dos osso”, foi lançado hoje juntamente com um videoclipe dirigido por Dani San e Gabriel N. Andreolli. O clipe foi gravado nas ruínas da Usina Monte Alegre e no Estúdio Lab Sounds, localizados em Piracicaba, no interior de São Paulo. As cenas ainda mostram as dependências da casa de shows Villa Country, na capital paulista.
O sucessor de “Paroxismos” (2017) está previsto para chegar ainda no primeiro semestre via Balaclava Records. O título remete a uma expressão popular no Rio de Janeiro que faz referência ao almoço do dia seguinte à ceia de Natal. “enterro dos ossos” preserva a essência distorcida e ruidosa que o duo explora desde o início de sua carreira. A pré-produção foi realizada no Estúdio Sítio Romã, em Araçoiaba da Serra, por Lucas Theodoro (E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante). Mais uma vez, Gorduratrans apresenta um som mais cru e lo-fi, que nos remete ao seu primeiro disco. Calçada no indie rock e no shoegaze, “enterro dos ossos” apresenta influências de bandas como Built to Spill e Dinosaur Jr., e mantém o som distorcido de marca registrada. É uma faixa poderosa e completa, com apoio da guitarra de Pedro Simião e do baixo de Gabriel Otero. “Destroços jogados no mar / O peso, o pernoite / Tudo acaba uma hora”, Aguiar canta em meio a guitarras carregadas de efeitos e batidas consistentes. O sentimento de ressaca e de memórias ambíguas são traduzidas nas letras que impulsionam a atmosfera escura de “enterro dos ossos”.