Lucas Santtana começou sua carreira como instrumentista, tocando ao lado de artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Science e Nação Zumbi. Em 2000, lançou seu primeiro álbum de estúdio, “Eletro Ben Dodô”, que recebeu boas críticas da mídia, incluindo o jornal estadunidense The New York Times. De fato, ele detém um dos mais prestigiados currículos da música nacional em mais de duas décadas de atividade. Lançado em 2019, o seu último LP, “O Céu é Velho Há Muito Tempo”, foi destacado como um dos melhores registros do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte. E é por lá onde ele volta a adotar um formato mais tradicional, mas não sem buscar inspiração em alguns dos nomes que compõem a nova escola do cancioneiro brasileiro.
Ao quebrar paradigmas de gêneros e linguagens, o artista baiano tornou-se referência na música brasileira contemporânea. Dito isto, Lucas Santtana está de volta com a inédita “Vamos Ficar Na Terra”. Inspirada por uma “matéria sobre um bilionário que estava gastando bilhões de dólares para construir uma estação espacial em Marte”, a canção tem um som característico e familiar. Há uma melodia nebulosa que destaca a ternura dos vocais enquanto ele canta linhas como: “Ô Ninha, vamo ficar na Terra / Aqui dá pra plantar e o que se colhe”. Aqui, Santtana canta sobre temas atuais, como a crise climática e a consciência ambiental, enquanto se inspira na notícia de que um homem está investindo bilhões de dólares na construção de uma estação espacial no planeta Marte. Com apoio de uma guitarra acústica, Santtana se concentra na ganância e no consumismo. Parece pesado, mas ele aborda tudo de forma poética e descontraída. O ponto principal é mostrar que temos tudo o que precisamos aqui Terra. Mas a questão por trás disso não é somente ir para Marte, é provar quem pode mais.