Gabriel Fetzner, ou simplesmente Gabrre, se mudou de Gramado, Rio Grande do Sul, para Lisboa logo após ter lançado o seu álbum de estreia, “tocar em flores pelado” (2020). O músico gaúcho chegou em Portugal para estudar e, neste meio tempo, nasceu “don’t rush greatness”, o seu segundo álbum de estúdio que tem apenas uma música em português: “agua de beber”. A faixa, que serve como primeiro single, reúne os principais elementos musicais e líricos do LP, como se fosse uma espinha dorsal. Enquanto se inspira em atos como Animal Collective, Panda Bear e The Microphones, Gabrre entoa linhas como: “Eu não vou mais mentir pra mim / é complicado sim / Ficar sozinho, enfim / Não tem pra onde ir / Abre um vinhozinho / partiu água de beber”. Sob uma melodia delicada e igualmente narcótica, ele reflete sobre a sensação de deslocamento e isolamento. A inspiração do lirismo surgiu por meio de um restaurante de comida brasileira em Lisboa, onde o artista matou as saudades do Brasil, durante o período de isolamento social. “agua de beber” destaca o fascínio de Gabrre pela psicodelia, o eletrônico e o experimental, porém, preservando sua identidade e essência. Aqui, tudo é encharcado de nostalgia e uma linda tristeza. No videoclipe, Gabrre leva o espectador a um passeio pela capital portuguesa enquanto corre sem saber para onde ir.
Review: Gabrre – agua de beber
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