Em seu primeiro álbum, o rapper Thiago Veigh traz 16 faixas com participações de Yunk Vino, MD Chefe, Borges, MC Luanna, Kyan Kaash Paige e Vulgo FK. O menino dos predinhos da Zone Oeste de São Paulo deixa bem claro que o projeto resgata um momento importante de sua trajetória musical. O artista, inclusive, ganhou um merecido destaque na avenida mais famosa do mundo, por onde já foram exibidos outros grandes trabalhos de artistas da cena urbana brasileira neste ano: a Times Square em Nova York. “Dos Prédios”, feito em conjunto com a gravadora Supernova Ent., já pode ser encontrado em todas as plataformas de streaming. Sem dúvidas, Veigh é um dos nomes que você mais ouviu neste ano, seja pelo seu último lançamento com Borges, “Pelo Momento”, ou por hits como “London Freestyle” – ambas estão na tracklista de “Dos Prédios”.
Ao ouvir o projeto inteiro, fica claro que superação é a principal temática. Afinal, desde o primeiro contato com “Dos Prédios”, a mensagem do artista já fica clara. Em relação as batidas, ele fez uma escolha que fica dentro do campo de sua identidade. Com esse álbum, não ficou dúvidas de que Veigh é um artista musicalmente completo. Com carisma e desenvoltura, ele nos cativa com facilidade. A faixa de destaque, “Luxo No Morro”, é um trap que exala versatilidade, embora ele apareça sozinho nos vocais enquanto fala da sua quebrada, e da sua história. O rap melancólico e multicanal o diferencia de colegas fulminantes, usando uma dose de ternura na mistura. Sobre sintetizadores suaves, bumbos pesados e cordas turbulentas fornecidos pelo produtor Nagalli, Veigh torna-se existencial: “Por isso eu moro no morro / Aonde reside tanta gente com tão pouco / Onde o baile canta e tem mais sorriso que choro”. Uma energia casual parece penetrar cada verso, tornando a música um pouco mais suave e melódica do que o normal. “Luxo No Morro” é um número gratificante – um sentimento empático entregue com um espírito livre. Uma série de frases que exalta suas raízes e contorna seus pensamentos mais realistas.