Depois do ex-vereador da cidade do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro, ter sido preso no último dia 09, muitas pessoas da cena comemoraram sua prisão. O ex-PM foi acusado pelo estupro de uma jovem de 23 anos e, por isso, responde a processo na 34ª Vara Criminal. Antes mesmo de ser acusado, Monteiro já atraia a antipatia do público devido aos casos de intolerância policial e seus ataques e perseguições a influenciadores e músicos. O rapper Borges, por exemplo, que já havia se desentendido com Monteiro anos atrás, aproveitou a divulgação da prisão do ex-político para lançar a prévia de “Proibidão 2022”. Era uma música muito esperada pelos fãs, levando em consideração o sucesso de “Proibidão 2020”.
Produzida por VTnoBeat, o novo single conta com participações de DEGE, Pedrin, Pior Versão e MC Max. “Eu avisei que ele era safado e cês não me escutaram e tão arrependido? / Deputado é tudo puta do Estado, aceita que agora tu é um cuzão falido”, Borges diz em referência ao ex-político. Pior Versão de Mim faz uma ponte e, apesar da breve passagem, aproveita cada linha disponível. Em seguida, DEGE chega com um fluxo obstinado, em oposição ao tom mais grave de Borges e Pior Versão de Mim. MC Max prepara o terreno para Pedrin entrar com um flow de destaque – ele surge cheio de marra e não economiza palavras (“Pode parar de lorota, na escola tu era loka / O que o Pedrin fuma de droga tu não tá lucrando em um mês”). Como podemos observar, Borges não é o único nome conhecido nos créditos de “Proibidão 2022”, mas a qualidade dessa faixa depende quase exclusivamente dele. Ele fornece um tipo de extravagância contra a qual se definiu, servindo como uma oposição a qualquer coisa que não seja baseada na real experiência das ruas. Tanto Borges quanto seus colaboradores se mantêm fiéis à forma, abordando temas como violência nas favelas, drogas e brutalidade policial. Cada rapper é respectivamente modernista em sua abordagem. Mas Borges, no meio de tudo isso, se adapta com facilidade sem precisar fazer nada de diferente.