Review: Tássia Reis – Rude

Em “Rude”, Tássia Reis aponta o dedo na cara daqueles que só a enxergam como xucra. “Rude, rude, rude, eles me acham tão rude, rude, rude”, ela repete ferozmente no contundente refrão. Produzida por EVEHIVE, o single faz uma mistura surpreendente de drill – subgênero do hip hop cultuado principalmente em Londres -, funk carioca e samba. “Se você quer saber quem eu sou? / Sou dona do meu rap”, ela canta nas primeiras linhas com a autoestima elevada. Produtora e DJ carioca radicada em São Paulo, EVEHIVE produziu o single com Tássia Reis, com quem já trabalhou na reciclagem da música “Shonda” para o álbum “Próspera D+” (2021), relançamento do último álbum de estúdio da cantora carioca lançado há três anos. A capa de “Rude” sublinha, com a foto de Wallace Domingues, a postura destruidora de Tássia Reis. A rebeldia exalada pela capa e pelo conteúdo lírico acompanha versos que exaltam suas lutas mais pessoais. Com autoridade e autenticidade, a rapper fornece rimas potentes e evita cair em clichês do rap. Como uma de suas faixas mais ferozes em anos, “Rude” se move com um grande senso de urgência. A enorme linha de baixo, que treme como um terremoto, luta contra o feedback sustentado, mas ambos elementos logo travam uma batalha com a bateria eletrônica claustrofobicamente pulsante.