Cinco anos é uma eternidade na indústria da música, mas finalmente SZA lançou o seu novo álbum de estúdio. Com 23 músicas e mais de 1 hora de duração, “SOS” é praticamente uma nova bíblia do soul contemporâneo. De suas profundezas apaixonadas ao seu fluxo sempre convidativo, “SOS” fornece um R&B transcendental em sua forma mais fascinante e inventiva. É um álbum cinematográfico em escopo e tom, uma vez que ondula sob elementos de folk, jazz e pop, e possui influências de surf, trap e rock. A faixa de destaque, “Blind”, aborda o olhar cego de SZA em relação à coisa mais importante de sua vida: ela mesma. “Meu passado não pode escapar de mim / Minha buceta me precede”, ela canta. Os homens odeiam ver uma mulher sexualmente bem-sucedida e, aqui, SZA está tão real e estilisticamente elétrica como sempre, refletindo sobre belos violinos e lindas guitarras. Em uma balada especialmente prolixa, ela deixa suas letras voarem furiosamente, apenas meio que se desculpando por ser “atrevida como Bob Saget” antes de descrever como os romances tóxicos corroem a autoestima. “É tão embaraçoso / Todas as coisas que preciso vivendo dentro de mim”, ela canta no refrão, diminuindo a velocidade por pouco tempo. Mas mesmo em seus momentos mais vulneráveis, SZA permanece autoconfiante. Subindo para belos falsetes, ela encontra amor mesmo na turbulência, transformando ilusão em um momento glorioso.
Review: SZA – Blind
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