Natural de Pelotas e radicada em Canguçu, Rio Grande do Sul, Jô se destaca pela estética e pelo fluxo de rap. Não à toa, apesar de sua localização geográfica, a gaúcha tornou-se a primeira trapper mulher a ser contratada pela UCLÃ (gravadora de rap nacional). Nesta quinta-feira, ela chegou com o lançamento de “Mel” através das principais plataformas de streaming. Produzida por LIIPBEATS, “Mel” faz uma mistura de drill e jersey club de maneira promissora. Liricamente, Jô faz referência a marca esportiva e ao seu estilo urbano. “Fresh como sushi / Peças uso swoosh / Misturo com Gucci / Cada som na pista invejosos dizem: oh shit”, ela rima a certa altura. Jô veste a fantasia de uma rapper mainstream, cuspindo rimas complicadas sobre seus adereços de luxo – “Ele quer provar do mel / Mas nunca vai ter isso / Compro bolsa da Chanel / Meio dia de serviço”, ela cospe no refrão. Em “Mel”, Jô está novamente brincando de se vestir, mas desta vez o pêndulo balança de volta na outra direção. À primeira vista, é uma canção inofensiva. Mas dê a ela alguns segundos, e Jô – cujo rap é excepcionalmente rápido e denso – vai cortar mais fundo do que você poderia esperar. A batida é estruturada em torno de um padrão de chimbal e 808s perfurantes, enquanto o baixo deslizante pontua a melodia sombria no momento certo.