Nessa sexta-feira (03), Rubel lançou “AS PALAVRAS, VOL. 1&2” – um terceiro álbum de estúdio que expande seu alcance como compositor em edição dupla. Depois de transitar pelo folk em seu primeiro álbum, “Pearl” (2015), e de se aventurar por uma mistura de MPB e hip hop em “Casa” (2018), Rubel dá um passo em direção a um caminho mais popular. “AS PALAVRAS, VOL. 1&2” é uma tentativa de registrar o verdadeiro sentimento de viver no Brasil. Para isso, ele trabalhou com diferentes facetas da música brasileira. O álbum conta com as participações de Milton Nascimento, Gabriel do Borel, Liniker, Luedji Luna, BK, Bala Desejo, Tim Bernardes, MC Carol, entre outros. O resultado é uma fusão experimental de funk, forró, samba, pagode, rap e MPB.
Produzida por Gabriel do Borel, “PUT@RIA!” transita pelo funk carioca com letras explícitas de BK e MC Carol. O título é autoexplicativo: a faixa é lasciva e sexual. A participação de MC Carol foi muito oportuna, tendo em vista que se trata de um funk “proibidão”. Musicalmente, “PUT@RIA!” é um dos momentos mais diretos do disco; A batida intensa e contínua e o ruído serrilhado irrompem a estrutura rítmica. Letras inebriantes serpenteiam pelas batidas arrebatadoras que se encaixam no ritmo estridente. “Putaria liberada a noite toda / Eu sei que tu gosta de um look mas é bem melhor sem roupa”, Rubel canta no refrão. Em seguida, a expansão da produção dá a BK espaço para explorar o ocidentalismo: “Chupadinha no biquinho do peito / Ela é safada, me arrasta pro beco / Madrugada, ninguém passando / E ninguém vendo ela toca ali mesmo”. Sua presença é especialmente interessante. Marcante e intrigante, o verso de MC Carol deixa uma coisa clara: ela não tem papas na língua. Sua assistência é digna de celebração. Quando ela surge, a música ganha uma sobrevida e a energia muda completamente: “Só me chupa quem sabe fazer direito / Só vou pra aquele beco se fizer do meu jeito”, ela cospe sem pudor. “Rosca é o caralho, minha bunda é teu troféu / Me come agradecendo, minha xota é porta do céu”. Quanto mais autêntico um artista tem que ser – quanto mais radical sua visão é – mais aplaudido ele deve ser.