Nascido em Belford Roxo, o rapper Caio Luccas teve uma ascensão em 2021 em meio à pandemia. Ele foi inicialmente notado por Filipe Ret, responsável por lhe dar o primeiro palco da vida, um show em Vitória, no Espírito Santo, em novembro daquele ano. Abordando temas como empoderamento negro, ostentação e superação, ele se tornou a grande aposta da NADAMAL, gravadora de Ret e Dallass. Em junho de 2022, Luccas lançou o seu álbum de estreia, “Nova Moda”, que apresentou 16 faixas com diversas participações especiais.
Seu novo single, “WAR”, tem uma elegância casual e o encontra respondendo perguntas e se desdobrando em sua própria bravata. Cria da Baixada Fluminense, Luccas sempre pareceu um cara paranoico. Sua voz sozinha – nasal e grave – soa perpetuamente à beira do desmoronamento. Mesmo em suas faixas mais ostensivamente despreocupadas – como a própria “WAR” -, tenho a sensação de que ele está constantemente atento. Naturalmente, sua interpretação aqui é repleta de morbidez. “Meu senhor, proteja a família e os amigo porque o diabo é sujo”, ele diz sobre o instrumental temeroso. Mas Luccas sobe ao púlpito com um vocal profundo, para fantasiar sobre o quão luxuoso e aspiracional ele é: “Joga a buceta em cima da minha cara / Que eu vou te mostrar quеm é o mais puto”. Há espaço suficiente para ele escolher seu estilo vocal, embora a faixa tenha apenas 2 minutos e meio. Mas a chave está mais na produção pontilhista de Ayo Th, e no próprio fluxo austero de Caio Luccas; Ele está tecnicamente contido enquanto dá voltas entre breves e sombrios momentos casuais.