João Vitor Portela dos Santos, ou simplesmente Konai, é um cantor, compositor, e produtor brasileiro de sad songs. Ele nasceu em Taboão da Serra, mas foi criado em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Hoje, ele está de volta com “Fragmentos”, trazendo questionamentos e reflexões sobre um ritmo distorcido e quebradiço. Explorando uma surpreendente variedade de efeitos, que passam por graves, agudos e transições, “Fragmentos” coloca em cheque o seu talento como produtor. É uma música estranha emocionalmente que, de alguma forma, aquece e entorpece, conforta e desconcerta. Você pode sentir tudo ou nada. Tomando uma direção diferente de “Te Vi Na Rua Ontem”, “Fragmentos” abraça uma experimentação mais complexa e inexplicável, e nos lembra do que Konai é capaz quando está em seu modo mais aventureiro.
Ele continua perseguindo algumas ideias líricas e composicionais mais abstratas, já que os riffs e os vocais reconhecem seu ajuste aparentemente incompatível. O ritmo é lento e instável, e corre e oscila por meio de acentos e elisões. Mas sua linha de sintetizador errante é quase comemorativa em sua estrutura melódica. Existem alguns toques familiares que qualquer um reconhecerá – amostras vocais gaguejadas, lacunas de silêncio, algumas palmas distantes. Essa precisão às vezes dá à extravagante tristeza de sua voz uma sensação distante. “Vai ver eu tento segurar o tempo / Imaginando coisas, coisas / Fragmentos de memórias em pedaços seus”, ele canta no refrão, antes de complementar em inglês durante a ponte: “Eu posso sentir seu rosto em meus lábios / Eu posso ouvir sua voz no meu quarto / Tudo o que eu quero é você”. No final, “Fragmentos” é apenas outro bom exemplo do que Konai tem feito nos últimos anos. Ele continua tentando imbuir alguma excentricidade em grandes esquemas sonoros.