O violonista Pedro Martins é um dos músicos mais promissores da nova geração. Foi a partir de 2015, quando venceu o concurso de guitarra no Festival de Montreux, na Suíça, que as portas se abriram para ele no exterior. Em 2011, Pedro Martins lançou o seu primeiro álbum solo, “Dreaming High”, inteiramente escrito e arranjado por ele próprio. Desde então, tem passado mais tempo fora do Brasil do que em Ponte Alta, onde mora com a família. Em sua mais recente empreitada musical – o álbum “Rádio Mistério” – o artista nascido em Brasília sonha com um jazz fusion infundido com profundos elementos brasileiros e sensibilidades de synth-pop e rock. Lançado pela Heartcore Records, o álbum resultou de um processo de gravação e produção de dois anos e conta com um elenco de estrelas, entre eles Thundercat e Eric Clapton.
Martins se aproximou de Clapton em setembro de 2019, quando tomou parte de um show beneficente promovido por ele em Dallas, nos Estados Unidos. Certamente, sua fusão eclética de estilos musicais lhe rendeu amplo respeito e aclamação internacional. Fazendo jus ao seu título, “Rádio Mistério” percorre um vasto território musical. O alcance das antenas musicais de Martins é amplo e sua fluência com a música de sua juventude é inegável. Ele explora suas interseções com um ouvido aberto e um talento para o virtuosismo em “Não Leve a Mal”, uma música influenciada pela cena pós-punk de Brasília. A estética ocasionalmente lo-fi de Martins contribui para a paisagem nostálgica da canção, enquanto Clapton contribui com seus dedilhados. Aqui, ele tenta redescobrir uma relação mais autêntica com a sua própria música, e o resultado é simplesmente espantoso. Seu ouvido para arranjos permite que ele situe músicos como Eric Clapton em contextos musicais aparentemente díspares. “Não Leve a Mal” exala o sentimento extático de dirigir enquanto a brisa do verão passa pela janela do carro. Soprando através dos jasmins de sua imaginação, é uma faixa lindamente contornada com bateria, guitarra, baixo, sintetizador e percussão.