Kendrick Lamar lançou uma nova diss track intitulada “euphoria” – a mais recente de uma longa rivalidade entre ele e Drake que foi reacendida no início deste ano. A música compartilha o nome da série da HBO da qual Drake atua como produtor executivo. Dessa vez, Lamar o chama de “mestre manipulador e mentiroso habitual” antes de atacar suas habilidades parentais, sua identidade birracial e sua origem canadense. “Tenho um filho para criar, mas tô vendo que você não sabe nada sobre isso”, ele diz no primeiro verso. São 6 minutos de ódio com duas mudanças de batida bem ruins – também não há muita coisa aqui que não tenha sido dito antes sobre Drake. No entanto, o apelo é chocante, Kendrick Lamar suja as mãos mais do que eu imaginava. A rivalidade voltou à tona em março deste ano quando ele apareceu em “Like That”, hit de Future e Metro Boomin. O seu verso foi uma resposta à “First Person Shooter”, faixa de Drake e J. Cole lançada em 2023, onde os dois artistas se autodenominam, junto com Kendrick Lamar, os “três grandes” do hip hop. “Fodam-se os três grandes”, Lamar disse em “Like That”. “Eu sou o maior de todos”.
Cole lançou sua resposta, “7 Minute Drill”, e mais tarde se arrependeu, removendo-a das plataformas de streaming. Posteriormente, Drake divulgou a primeira de duas diss tracks: “Push Ups” zomba da estatura mais baixa de Lamar, bem como de suas colaborações convencionais com Maroon 5 e Taylor Swift. “Taylor Made Freestyle”, por sua vez, incorpora tecnologia IA para imitar as vozes de Snoop Dogg e do falecido 2Pac criticando Kendrick Lamar. “Estou lutando contra fantasmas ou IA?”, Lamar diz referindo-se tanto a “Taylor Made Freestyle”, quanto às acusações de ghost writer feitas contra Drake ao longo dos anos. “Push Ups” não foi de todo ruim, mas provou que Drake não tem muito a dizer sobre Kendrick Lamar. Falar sobre sua altura, renda e colaborações anteriores é um papo muito leve para uma rivalidade tão intensa como essa. Em “euphoria”, Lamar cobre as bases com mais velocidade e tenta atingi-lo de vários ângulos. “Não conte mentiras sobre mim, e não direi verdades sobre você”, ele avisa, antes de tocar na insegurança de Drake sobre sua negritude: “Mais quantos feats com pretos até você finalmente se sentir preto o suficiente?”.
Kendrick Lamar lembra ao mundo o quão implacável ele pode ser. Com humor, ele ainda faz uma lista do que odeia em Drake: “Isso não é sobre críticos, nem truques, nem sobre quem é o maior”, ele canta. “Sempre foi sobre amor e ódio, agora me deixe dizer que eu sou o maior hater / Eu odeio o jeito que você anda, o jeito que você fala / Eu odeio o jeito que você se veste”. Linhas bem clichês que funcionam porque ele parece estar falando sério. Mas a energia não compensa piadas tão incoerentes e imemoráveis. “Acredito que você não gosta de mulheres / Isso é uma competição real / Você pode rebolar a bunda com elas”, ele cospe. Nesse momento você percebe que o seu estoque acabou quando ele começa a cutucá-lo com piadas homofóbicas. De fato, Kendrick Lamar não consegue atingir o auge que foi “The Story of Adidon”, de Pusha T. Talvez ele só chega perto desse momento quando diz com desprezo: “Eu até odeio quando você fala a palavra “nigga”, mas isso é só eu, eu acho”.