Menos de 72 horas após lançar a furiosa “euphoria” nos serviços de streaming, Kendrick Lamar embosca Drake novamente com “6:16 in LA”. Dessa vez, ele não esperou por uma resposta para contra-atacar. O título funciona como uma paródia da série de carimbos de data e hora de Drake – 16 de junho também é o “Dia dos Pais” e o aniversário de 2Pac – e sua arte é um par de luvas Maybach. A faixa apresenta Kendrick Lamar relaxado, mas focado, com um sample exuberante e contido de Al Green. Enquanto “euphoria” zombou das tentativas de Drake de parecer relevante, “6:16 in LA” não faz rodeios. Musicalmente, mostra a destreza lírica e a entrega nítida de Kendrick, enquanto contrasta momentos de vulnerabilidade com um ataque implacável à suposta hipocrisia de Drake. Isso prepara o terreno para a investida seguinte. Ele passa a segunda metade da música mumificando seu oponente em uma teia de rumores e traições.
Lamar alega que o chefe da OVO Sound tem X9 espalhando seus podres: “Eu nunca pensei que a OVO estava trabalhando pra mim / Falso valentão, eu odeio valentões, você deve ser uma pessoa terrível”. Comparada com “euphoria”, “6:16 in LA” é muito mais satisfatória e, apesar de seu foco restrito, mais pessoalmente incisiva. Cooptando a estratégia do canadense de acertar um oponente com duas diss antes de receber uma resposta, Kendrick prefere algo inerentemente alegre, mas melancólico. “Foi divertido até você começar a colocar dinheiro nas ruas”, ele diz, “Depois, perdeu dinheiro, porque eles voltaram sem os recibos / Sinto muito por ter uma vida entediante, eu amo a paz / Mas pronto pra guerra se o mundo estiver pronto pra ver você sangrar”. Em vez de catalogar momentos embaraçosos, Kendrick convida Drake a considerar que qualquer uma das centenas de pessoas em sua folha de pagamento podem ser uma farsa, que ninguém é quem parece, que “todos na sua equipe tão sussurrando que você merece”.