Criolo, Dino D’Santiago e Amaro Freitas, três artistas lusófonos de diferentes origens, se unem para criar uma conexão entre Brasil e Cabo Verde com o lançamento do single “Esperança”. Criolo, oriundo do Grajaú, zona sul de São Paulo, Dino D’Santiago, filho de cabo-verdianos e nascido em Algarve, Portugal, e Amaro Freitas, natural de Nova Descoberta, Recife, trazem suas vivências para esta colaboração inédita. “Esperança” é uma expressão do anseio por superar adversidades que mescla elementos culturais a fim de refletir sobre identidade, desigualdade e justiça. Através da simbologia, a canção critica a repressão e a censura, clamando por redenção e liberdade, e honra as lutas e sonhos dos ancestrais. Em essência, é um manifesto por reconhecimento, igualdade e transformação social, encapsulando a complexidade da experiência humana diante dos ciclos de opressão. “Nas voltas que o mundo dá, meu rap faz canção”, Criolo ressalta em um dos versos iniciais. É uma música de natureza politizada que exprime o anseio do povo preto.
Arranjada por Amaro Freitas, fora do formato convencional, a música tem belas passagens instrumentais jazzísticas. A moldura instrumental foi criada por Criolo e Nave, produtor também creditado como compositor. “Esperança” atravessa barreiras físicas e é retratada nas cenas do curta através de uma coreografia, criada e executada por Rubens Oliveira. Aqui, há várias tonalidades pungentes – começando pelo dedilhado despreocupado. Criolo está fazendo rap com mais força, mais agilidade, mais clareza do que nunca: anos e anos em seu estilo em evolução, ele transformou sua voz em algo monótono e irregular ao mesmo tempo. Mas a parte mais estranha, de longe, é quando ele fica quase em silêncio, permitindo que a batida, o baixo e o piano assumam o controle. Criolo ainda está passando por muitas coisas; ele luta contra o racismo, como sugere o título e a capa. O trio canta sobre ansiedade e medo, e para lidar com tudo isso, permanecem desbotados.