Ale Sater, vocalista da banda Terno Rei, acabou de lançar “Ontem”, o prenúncio de seu primeiro álbum solo. É interessante vê-lo ultrapassando as fronteiras mais acústicas do seu repertório, embora ele diga que esse é o som mais maximalista que teremos no álbum. Produzida por Gustavo Schirmer, “Ontem” apresenta tons urbanos e explora sua autodescoberta. Com lançamento pela Balaclava Records, é uma balada soturna que evoca influências do Oasis e detalha o lirismo mais existencial e introspectivo do artista: “Estou aqui agora / E o medo é o prejuízo / O tempo passou tanto / Você não sabe o quanto / Eu esperei”. Com sua banda quebrando barreiras no indie rock, ainda que no viés independente, tocando nas rádios e retornando ao Lollapalooza em 2025, Ale precisava de um respiro.
Foi em um intervalo entre turnês no período do fim do ano passado e abril deste ano que ele conseguiu encontrar tempo para ir até Curitiba gravar e produzir seu primeiro álbum solo. Todas as faixas foram produzidas e executadas a quatro mãos com todos os instrumentos gravados por Sater e Schimer. Enquanto o violão guia o som, o videoclipe retrata aquele momento cansativo do trajeto de volta para casa, junto à todos os pensamentos que inundam a mente. O rock superlírico da Terno Rei sempre foi um negócio sério, mas o som solitário de Ale Sater traz um pouco mais de drama. A banda tem uma linhagem distinta de linhas de despedida perfeitas e já nos presenteou com algumas joias. Mas as linhas de “Ontem” de repente parecem estranhas, agora que o quarteto virou um só. Com um bom ouvido para melodias, é evidente que Ale Sater em breve conquistará seu próprio terreno. Apego e nostalgia talvez nem sejam termos robustos o suficiente para descrevê-lo nesta música, mas ele admite: “Já não tenho a mesma idade / Eu não sou nem a metade / Do que eu era antes”.