Azealia Banks entrou em cena com o single “212”, que ainda continua empolgante quase dez anos depois. Uma canção sem remorso que nos deu um vislumbre do estrangulamento que Azealia Banks faria durante a década. Embora ela não tenha se superado ainda, a rapper de 30 anos continua tão relevante como sempre – principalmente por causa de coisas não relacionadas à música. Desde a semana passada, a polêmica estrela do rap vem falando sobre seu novo single, intitulado “Fuck Him All Night”. Antes de tudo, a música apresenta uma arte de capa provocativa que lembra incontáveis álbuns dos anos 70 e 80, mostrando suas calças em volta da virilha. Banks também usa longas unhas de acrílico com o nome de Kanye West – mas a faixa é supostamente uma carta de amor para ele, e não uma dissimulação. “Trata-se de transar com ele o dia todo e transar com ele a noite toda”, ela disse francamente no Instagram Stories. “Isso é sobre o seu pau preto bilionário latejante”.
Vindo depois de uma série de faixas mornas, “Fuck Him All Night” é tão polêmica quanto os hinos sexuais de 2021. Produzido pelo músico Galcher Lustwerk, é uma faixa de deep house cheia de luxúria e desejo. A produção agitada com sintetizadores agourentos tem forças para perfurar até mesmo a mente mais lúcida das boates. “Podemos vagabundear, podemos foder, podemos cavar nas entranhas”, ela diz. Suas provocações funcionam como uma força extra, guiando a música em direção ao clímax principal. Apesar de todas as controvérsias injustificadas, o que sempre foi verdade para Banks é que ela faz músicas muito boas. “Fuck Him All Night”, por exemplo, é uma combinação perfeita de rimas cinéticas e batidas de quatro para o chão. Talvez energizado pelo fato de que a maioria das pessoas não consegue se lembrar por que estava tão brava com ela, Banks é deliciosamente imunda, em um ponto se gabando de sua anatomia feminina em comparação com os lábios de Jay-Z. É o rap vintage de Nova York, atrevido e um tanto problemático. Azealia Banks pode estar pronta para um momento que ela nunca teve. Ou melhor, o mundo pode estar pronto para aceitá-la do seu jeito.