HAWA, a cantora e rapper nascida na Guiné que, atualmente, mora em Nova York, deixou sua formação clássica para fazer um R&B explícito que se concentra na sexualidade. Considerando que HAWA já usou um boné de beisebol estampado com o slogan “Você já gozou hoje?” não é um choque saber que ela nunca deixou de discutir sua vida sexual – ela saiu do armário para sua mãe muçulmana aos 13 anos de idade. É esse jeito franco e honesto que a jovem de 21 anos aplica às suas composições, definindo experiências explícitas e fantasias carnais a uma mistura sonhadora de R&B, drill e hip hop que também se baseia profundamente em suas raízes guineenses, onde passou grande parte de sua infância. A África Ocidental ainda é onde ela se sente mais em casa, apesar de agora ter passado mais tempo morando em Nova York do que em Guiné.
Dito isto, o amor que HAWA explora em sua música é confuso, carnal e ousado. Em seu novo single, “IPHONE”, pode não ser correspondido também. Essa canção abre com delicados dedilhados de piano e guitarra – uma produção calmante que disfarça a ansiedade de suas súplicas. “Eu só quero saber se você vai ser toda minha / Eu posso ir devagar, eu realmente não me importo”, ela canta. HAWA disse que sua personagem em “IPHONE” está tentando ser a melhor parceira que pode, mas uma escuta atenta conta uma história mais complicada. Ela passa o segundo verso se gabando da devoção pública de sua pretendente, mas há pouca sugestão do que ela tem a oferecer em troca. “Você diz que está cansada de todas as mentiras / Não sei por que continuo mentindo”, ela canta em um ponto. Embora a introspecção possa ser o primeiro passo para mudar, não há indicação de que ela seguirá adiante. Quando HAWA recebe um telefonema, é fácil imaginar uma mulher crítica do outro lado da linha. “Foda-se”, ela finalmente murmura, como se percebesse que músicas bonitas e promessas superficiais não podem consertar um coração partido.