O primeiro single do primeiro álbum de estúdio de Wendy Eisenberg, “Futures”, parece pelo menos duas músicas em uma. Formado em jazz, Eisenberg lançou um álbum solo improvisado na guitarra em 2018. Elu foi mais longe como parte do quinteto experimental Gloyd e liderou a banda Editrix do oeste de Massachusetts. Eisenberg também lançou dois álbuns solo de música pop primorosamente fora de ordem (“Time Machine” de 2017 e “Dehiscence” de abril passado). Por tudo isso, seu trabalho é provavelmente mais conhecido pela banda de noise punk Birthing Hips.
Segundo Eisenberg, elu é especialista como guitarra de jazz e tem como maiores inspirações musicais os compositores brasileiros João Gilberto e Egberto Gismonti. Em “Futures”, elu combina elementos de sua carreira impressionantemente variada. Seus riffs de guitarra fornecem influências de Deerhoof, enquanto sua entrega vocal conversacional traz à mente a intimidade de Frankie Cosmos. Dois terços do caminho, uma multidão ruge, os tambores agitados crescem em intensidade e Eisenberg começa a se debater. “Outro show no porão”, elu meio que grita enquanto aplausos aparecem novamente. “Futures” soa tanto como músicos ao vivo tocando em uma sala quanto um cenário fictício utilizado em algum videoclipe. Mas tudo é friamente enigmático, e passa em 2 minutos e meio, deixando muito tempo depois para decifrar as linhas sinistras de encerramento: “Eu não percebi isso / Meus inimigos são finalmente reais”. Dada a atenção aos detalhes que Wendy Eisenberg exibe, é fácil decifrar a motivação por trás dessa canção.