Dan Snaith, também conhecido como Caribou, Manitoba e Daphni, retorna ao seu alter-ego mais focado nos clubes para algo novo – o primeiro lançamento de Daphni desde o EP “Sizzling” de 2019. Já disponível, “Cherry” combina as delícias sensuais de seu título com os sabores mais avassaladores da música eletrônica. É uma joia colorida e alucinógena que multiplica seu som através de espirais rodopiantes. “Fazer essa faixa era apenas uma questão de fazer a cobra comer o próprio rabo”, Snaith comentou. “Cherry” é construída em torno de sintetizadores brilhantes que soam como pequenos sinos. Ao longo de 6 minutos, Daphni provoca cuidadosamente o equilíbrio entre o caos e a ordem.
A faixa em si é um techno borbulhante cheia de batidas de teclado fora do lugar. O riff se move de forma constante, periodicamente tropeçando em suas próprias bordas; mais ou menos na metade, Snaith para a música completamente, entregando-se a um segundo fingimento de puro silêncio. Quem ainda não está familiarizado com as reviravoltas de suas músicas pensa que “Cherry” acabou. Mas, apesar de todo esse tempo escorregadio, os acordes de sintetizador que ocupam a faixa são ricos e tranquilizadores – e a bateria se encaixa perfeitamente. Da colisão desses impulsos emerge o maior espírito da canção: há algo cintilante na maneira como “Cherry” foca no infinito. Quando você pensa que nada vai acontecer, Snaith introduz algo simples – cada pulso dobrado e aquecido como as melodias dos antigos álbuns de Manitoba – que o leva ao limite. É um toque inteligente que une Caribou e Daphni, uma melodia sutil que pode ser explosiva na hora e no lugar certos. O vídeo alucinatório de Damien Roach aumenta ainda mais o efeito que Daphni deseja alcançar.