Silva é um daqueles artistas que fazem o complexo parecer simples. No entanto, é preciso habilidade e talento para tal. No decorrer desta década, ele transitou pelo indie pop, MPB, folk e synth-pop. Tocou e cantou com Fernanda Takai e Lulu Santos; gravou com Marisa Monte, e colaborou com Anitta, Ludmilla e Ivete Sangalo. Agora, com um novo álbum de estúdio pronto – o décimo da carreira – ele vai da MPB ao soul e ska, com paradas pelo samba e jazz. O álbum foi inteiramente produzido por ele, de forma totalmente analógica e sem qualquer truque digital.
“Soprou”, com participação de Criolo, é um samba que remete à sua origem no Recôncavo Baiano. Nascido em Vitória, no Espírito Santo, o seu novo álbum, intitulado “Cinco”, faz uma homenagem direta ao passado antes da pandemia e ao futuro tão desejado e sonhado pela população, onde a liberdade poderá ser resgatada. Além da participação de Criolo, o disco ainda conta com outros dois convidados: Anitta (“Facinho”) e João Donato (“Quem Disse”). Em “Soprou”, logo de cara você é agraciado com um mix de instrumentos, que vai do violão ao trompete, piano e cuíca. Dito isto, Criolo se tornou uma opção interessante para a canção. Ultimamente, ele está excursionando cada vez mais pelo samba e MPB. Não à toa, ele fornece uma dose de graciosidade, principalmente após a marca de 3 minutos quando assume a frente e o instrumental muda de marcha. Lindamente concebida, “Soprou” te inspira assim como a leveza da brisa do mar.