Pile, a banda americana de indie rock de Boston, Massachusetts, agora com sede em Nashville, Tennessee, começou como o ato solo de Rick Maguire no final dos anos 2000 – e passou a ser um coletivo somente com o lançamento do seu terceiro disco em 2010. Até o momento, Pile lançou seis álbuns completos: “Demonstration” (2007), “Jerk Routine” (2009), “Magic Isn’t Real” (2010), “Dripping” (2012), “You’re Better Than This” (2015) e “A Hairshirt of Purpose” (2017). Nos últimos anos, a banda ganhou uma crescente popularidade, tornando-se uma parte proeminente da cena indie de Boston e frequentemente fazendo turnês pelos Estados Unidos e Europa. Apesar de permanecer fora do mainstream, Pile é repetidamente reconhecida por cativar um público particularmente entusiasmado.
Sua nova música começa com acordes frustrados, que mais parecem um motor acelerado. Assim que a bateria aparece, “The Soft Hands of Stephen Miller” se torna mais rápida e maldosa. Em um primeiro momento, o frontman Rick Maguire canta com uma fúria incipiente: “Na na na na na na”, ele provoca, antes de se voltar para um ponto mais provocante: “Stephen, fale-me sobre sua bisavó”. O próprio Miller, como o público soube no ano passado, é descendente de refugiados que fugiram da violência antijudaica na Europa no início de 1900. Não até a metade dessa faixa brutalmente curta que a Pile traz toda a força de suas guitarras, enquanto Maguire solta um longo uivo raivoso. “Estamos todos protestando contra a insignificância, Steve / Mas você não precisa ser tão vil e insuportável sobre isso”, ele zomba. E há a carreira de Stephen Miller em poucas palavras: não a de um rebelde intelectual, mas de um parasita cruel e covarde.