Review: Nuven – Life Is Strange

Geralmente, o produtor paulistano Gustavo Teixeira, mais conhecido como Nuven, é um cara bastante ocupado. Sem tempo para descansar, ele está de volta com mais uma canção inédita. Coberta por vozes submersas, samples e melodias densas, “Life Is Stranger” é mais um indicativo de sua versatilidade. O foco principal, mais uma vez, é a bateria eletrônica e os sintetizadores – proposta que preserva a essência de boa parte do seu material. Teixeira mudou com o passar dos anos, mas seus singles ainda parecem um esboço. Ele tem o hábito de preparar um ou dois loops rudimentares todos os meses. Nas produções como Nuven, o loop inicial pode ser pouco mais do que um andaime que eventualmente é retirado para revelar uma peça musical totalmente nova – “Life Is Stranger” deixa sua melhor reflexão brilhar. São batidas, melodias e sintetizadores que, naturalmente, evocam a obra de veteranos da cena eletrônica, mas que em nenhum momento apagam sua identidade. São quase 4 minutos em que fragmentos de vozes se espalham em meio a camadas de sintetizadores e batidas amanteigadas. De fato, Teixeira continua se aventurando pela criação de sons frenéticos. Sempre detalhista, ele conseguiu criar outra peça guiada pelo uso cativante de vozes. “Life Is Stranger” destaca o seu lado atmosférico, mas ainda preserva a potência de suas batidas. Muitas canções do paulistano são remendadas com um mero punhado de ideias – mas que ideias fascinantes elas são.